A Astronomia é uma área científica que tem vindo a adquirir cada vez mais importância, não só pelo fascínio que proporciona, como por nos ajudar o entender o Universo e o nosso papel nele.
O objectivo do Clube de Astronomia é dar oportunidade à comunidade da ESAP saber um pouco mais sobre esta Ciência e observar planetas, estrelas, nebulosas e galáxias. Acompanha-nos nesta viagem pelo Universo, agora recorrendo ao Blog (formato tradicional e para dispositivo móvel) e publicadas no Facebook.

Conhecer o Céu

Antes de mais convém referir algumas ferramentas que nos vão ajudar a situar os astros
visualmente. Uma delas é a distância angular:

Imagem extraída da livro "Introdução à Astronomia e às Observações Astronómicas"
 (página 205), de Máximo Ferreira e Guilherme de Almeida, Plátano Edições
  Técnicas, Lisboa, 1.ª Edição, 1993


Para podermos avaliar visualmente a distância entre dois pontos distantes avaliamos a sua “distância aparente” que consiste no ângulo de visão definido por esses pontos.
Uma forma prática de estimar o valor da distância angular consiste em esticar o braço e fechando um olho, apontar o corpo. Mediante a necessidade de preencher o espaço entre os dois pontos com um dedo, vários dedos ou a mão, assim estimamos o valor da distância angular.

Imagem extraída da livro "Introdução à Astronomia e às Observações Astronómicas"
 (página 206), de Máximo Ferreira e Guilherme de Almeida, Plátano Edições
  Técnicas, Lisboa, 1.ª Edição, 1993



Para saber para onde olhar e qual o interesse dos objectos a observar nada como conhecer o céu. Assim deixo aqui alguns tópicos que ajudem a ver mais do que apenas olhar.

Céu de Inverno:

As noites frias de Inverno convidam pouco a apontar o nariz ao céu, o que realmente é uma pena pois são sem dúvida noites mais transparentes que as noites de verão.
Quem olha de repente para o céu, sem habituação prévia à escuridão, surgem-nos as estrelas mais brilhantes do céu: Capela (em Auriga), Castor e Pólux (em Gémeos), Prócion (em Cão Menor), Sírio (em Cão Maior), Aldeberã (em Touro) e as estelas Betelgeuse e Rígel (em Orionte). Este conjunto de estrelas, no seu todo, estão organizadas num enorme “G” plantado no meio do céu. 

O centro desse “G” é dominado pela constelação de Orionte (ou Orion- o caçador), facilmente reconhecido por ter três estrelas (Alnitak, Alnilam e Mintaka) alinhadas formando o cinto de Orionte.
Extraído do livro “Urban Astronomy”; Berthier,D.; Cambridge University Press; 2003
 
Abaixo do cinto temos a bainha da espada onde encontramos a nebulosa M42, visível a olho nú (em noites transparentes e após adaptação da visão ao escuro) mas se vista com um telescópio de 8 polegadas (um dos da Escola) surge como uma plumagem de pavão.
Esta constelação oferece ainda duas supergigantes, a Betelgeuse (supergigante vermelha) e Rígel que na realidade é uma estrela dupla (uma laranja e outra azul).
Outra nebulosa muito bela que se pode encontrar em Orionte é a nebulosa da cabeça de cavalo, que se situal logo abaixo da Alnitak (a 1ª das 3 estrelas da cintura de Orionte) e que não é mais do que uma nuvem de pó que obscurece a luz da nebulosa de emissão que existe por detrás.

Céu da Primavera:

A Primavera começou no equinócio, a 21 de Março. A palavra equinócio vem do Latim aequus (igual) e nox (noite) e significa "noites iguais", ocasiões em que o dia e a noite duram o mesmo tempo. A partir daqui, no hemisfério norte as noites vão diminuir aumentando o período diurno, ao mesmo tempo que a nossa posição relativamente
ao universo também vai mudando. Assim, importa definir algumas referências no céu que nos orientem no sentido de melhor o conhecer. Numa nota prévia, posso dizer que nestes próximos 2 a 3 meses, o céu vai apresentar menos estrelas brilhantes, pelo que a nossa atenção se vai centrar mais nos objectos de céu profundo (nebulosas e galáxias). Assim, temos que “sacudir o pó” do nosso telescópio de maior abertura para captar mais luz – o
Dobson Orion-XX12, com Intelliscope.
Extraído do livro “Urban Astronomy”; Berthier,D.; Cambridge University Press; 2003
No Céu de Inverno acima, usei como referência principal Orionte por ser facilmente identificável e se encontrar em posição privilegiada nos céus. Agora, que a constelação do caçador começa a fugir, outras constelações assumem-se como melhor opção e a nossa referência vai ser a Ursa Maior.
A Ursa Maior é uma das constelações mais conhecidas da generalidade das pessoas, não só pela sua forma de caçarola, como pelo facto de, prolongando cinco vezes a distância entre as suas duas estrelas guardas (Merak e Dubhe), o que equivale a uma distância angular de 28º, obtemos a posição da Estrela Polar (ou Polaris na cauda da Ursa menor e que nos orienta o Norte).
A 50º, seguindo alinhamento definido por Megrez e Dubhe, encontraremos Capela na constelação de Auriga (também chamada de Cocheiro), uma das estrelas brilhantes do céu.
Usando o alinhamento Megrez  Merak e prolongando cerca de 40º, encontraremos facilmente Castor e, pouco abaixo, o seu irmão Polux, as duas estrelas brilhantes da constelação de gémeos.
A idêntica distância mas na direcção Megrez- Phecda teremos Régulo, a estrela mais brilhante da constelação de Leão.
Nesta região temos três estrelas muito brilhantes que formam entre si um triângulo: Régulo, que acabámos de referir, Spica, na constelação de Virgem, e Arcturus, na constelação do Boieiro.

Céu de Verão:

Extraído do livro “Urban Astronomy”; Berthier,D.; Cambridge University Press; 2003

Fontes consultadas:

  • Berthier,D.; “Urban Astronomy”; Cambridge University Press; 2003
    Almeida, G.,Ferreira,M.; “Introdução à Astronomia e às Observações Astronómicas”; Plátano Edições Técnicas; 1ª Edição; 1993
  • “The Spring Sky tour” in http://my.execpc.com/60/B3/culp/astronomy/Spring/spri
    ng.html; (20110324)
  • “Messier object gallery”; http://thebigfoto.com/messierobjects-gallery-m1-m11 ;( 20110324)

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